Vi sombras nos meus sonhos que pareciam as tuas. Senti cheiros que eram os teus, isto se ainda não os esqueci. Acordei exaltada como se me tivesses tocado no coração, como se estivesses ali sentado no meu chão a pedir-me que te ouvisse. Como? Eu senti-te e não quero sentir medo por isso ter acontecido, quero apenas sentir que, por alguma razão, tu estavas ali. Não há explicação para o perfeito alinhamento do teu perfil que apareceu em sombras nos meus cortinados, sonhei eu. E eu sonho tanto, tanto que me faz explodir todos os sentidos e acordar para puxar todos os meus sonhos para a minha realidade e ser espectadora do seu desenrolar. Sei que os tenho por mil e um motivos, sei que sinto o que vejo porque talvez senti demais em outrora ou porque nunca o senti antes.
Há palavras que ficam por dizer, não é? Há palavras que na altura foram esquecidas ou então nunca pensadas e por isso ficaram paradas no tempo. Então diz-me. Mesmo que não te oiça, mesmo que essas palavras não apareçam escritas nas paredes do meu quarto, diz-me. Não me deixes cair no sono da tua ausência, não me faças arrancar o coração da saudade que tenho em mim.
Ainda existem sonhos perfeitos, os que tenho contigo. Existem tantas coisas sem explicação que eu não quero perceber e ficam assim, na minha gaveta das dúvidas para mais tarde pensar, para mais tarde virem outras que me façam perceber essa. É uma bola de neve de pensamentos que me assalta, que eu deixo que me assalte. Afinal somos uma mistura de certezas e incertezas, tudo faz parte de nós até que entra na nossa vida. Assim que coloquei os pés no chão, desapareceste. Procurei-te. Nada. Quero acordar com palavras soltas na minha almofada e fazer delas um livro. Cada vez mais te relembro e cada vez mais sinto que ficou alguma coisa por dizer.
Que tudo o que fique por dizer, seja a saudade a escrever. Que tudo o que fique para dizer, me traga todos os dias a tua sombra na minha janela.
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