quinta-feira, setembro 10

com amor, o teu não merecido

Fugiste e eu tive que deixar-te ir.

Estou grato pelo tempo que passei contigo, fico extremamente feliz e arrepiado quando me vem à memória todas as tuas gargalhadas, todos os teus gestos meio estranhos mas que eram só teus, todo o teu cheiro que me levava à loucura. Sei ainda de cor todas as tuas curvas, sei ainda mais de cor o caminho que fazias com a língua quando percorrias o meu corpo, sei certamente que como tu não há ninguém neste mundo, e se houver iria-me saber a tão pouco quando és tão tudo. Tão única, tão verdadeira, tão minha. As tuas imperfeições faziam-me amar-te cada vez mais, nunca me arrependi de te ter conhecido, miúda. Mas sim de ter cruzado os braços quando via o barco a afundar.

Toda esta nostalgia me corrói por dentro, todo este vazio me comove quando me deito naquela cama onde em tempos também te deitavas. Ontem dei por mim a abrir a caixa das tuas fotografias, vi em todas elas a pessoa que conheci desde o inicio, que nunca mudou, por nada nem ninguém. Encontrei também todas as pequenas lembranças que me deixavas debaixo da porta cada vez que fazíamos meses de verdadeiro amor. Ainda te amo e a prova disso é que te deixei ir. Caí na idiotice de ainda achar que podia prender-te, mas não posso. Porque te amo. E talvez o amor seja isto mesmo, deixar que a pessoa encontre a felicidade longe de nós. Espero que assim seja. Sei que em todas as ruas alguém espera por ti, sei que em cada canto do mundo alguém grita por um amor como o teu. Sei que és especial aos olhos de muitos.

O amor passou a ser uma merda quando me obrigou a entregar-te à liberdade, quando me obrigou a vestir-te de saudade. Espero que sejas tão linda aos olhos de todos eles, como ainda és aos meus.

Quem serei eu quando for vítima de um toque que não é o teu?

Com amor,

o teu não merecido.

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