segunda-feira, agosto 31

a lua fala-me ao ouvido

Não podes dizer que faltou amar-te. Não podes simplesmente dizer, ou achar que eu posso ser melhor. Não posso ser mais do que o tudo que sou, ou fui, para ti. Estou cá fora a escrever-te. A noite está como nunca esteve, mais negra do que as outras que nos iluminavam. Olhei para ti antes de pegar no caderno de capa preta, antes de acender o cigarro, e assusta-me observar-te e conseguir escrever apenas isto.

As palavras transformam-se em lágrimas a cada frase que construo.

Oiço agora a música que nos uniu e nem esta me faz abraçar o passado e gritar por ele, pedir que volte. A lua fala-me ao ouvido, pede-me para viver. Ela não sabe que o meu viver foi teu - foi teu, repito -, que os dois mergulhámos no amor juntos, que os dois construímos um mar de sentidos e sonhos. Quando penso na vida, as estrelas desenham o teu nome sem saberem que, mesmo que queira, não consigo tocar no céu para fazê-lo desaparecer.

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