Se me estás a ler, quero que saibas que tenho outra pessoa. Se me estás a ler, quero que saibas que senti algo que não sentia há muito tempo. Gostei de ti, amei-te, quis-te, até no mínimo prazer que me davas na cama. Fizemos planos, desenhei a linha do horizonte no teu peito para que soubesses que o meu amor por ti nunca teria fim.
Tentei ser o homem dos teus sonhos e acho que fui, tentei que me desses o valor suficiente para me manter na tua vida e tu na minha mas não aconteceu. Tive medo, mesmo depois de termos seguido caminhos diferentes, de mostrar-te que o meu coração já não te pertencia de todo, que hoje existe outra mulher na minha vida, que já não és tu. E às vezes mostrar a alguém que já não lhe pertencemos pode magoar mais do que imaginamos. Porque no fundo, é sempre mais fácil voltar ao passado do que seguir em direção ao futuro, mesmo que o presente nos leve ao colo. Sou exceção. Admito que o tempo ainda não te apagou dos meus dias, que o teu cheiro muitas vezes aparece debaixo da minha almofada e que as lágrimas caiam ainda sujas de ti. Admito ainda que foste a mulher e não uma mulher. Mas também admito que foi mais difícil fingir que não te queria nos meus braços, porque hoje não te quero e deixei de ter paciência para fingimentos.
Se me estás a ler, quero que saibas que muitas vezes o amor pode causar feridas, mas a falta dele fez-me deixar-te e procurar o abrigo que nunca me deste. Não me culpes por não ter deixado que te faltasse alguma coisa. Se me estás a ler, quero que saibas que com ela senti o que nunca mais senti por ti.
Senti borboletas.
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