Com isto, quero dizer-te que salvei-me de tudo até agora, menos do nosso amor.
No meio de todas as loucuras, a nossa é a maior até agora. Ou melhor, a minha. É uma loucura ter-te assim, uma loucura acreditar em todas as tuas mentiras e perdoar todas as tuas traições. Salvo-me de tudo, menos de ti. Porque não quero ou porque não posso. Ou porque talvez, a tal merda traçada esteja mesmo feita para ter-te na minha vida. Não me posso libertar disso porque, muitas vezes, o que nos deita abaixo pode também salvar-nos. Talvez me ajudes a abrir os olhos, a não cruzar-me com mais ninguém como tu. Até lá, tenho-te a ti e a esta mentira que nos engoliu num segundo.
Rotina, é o que dizem. Amor, o que ganhou asas e nunca mais voltou.
Livro-me de tudo, menos de ti. De nós. Talvez seja esta mentira que nos coloca num jogo estúpido entre perdidos e achados, entre juras e palavras gastas, corações partidos e fita adesiva para consertá-los. Ninguém repara, não é? Que se lixe. Todos pisam o chão da vida e todos sabem que às vezes não é o melhor momento para fugir de algo que um dia nos pode salvar. Que se lixe, repito. Vamos viver felizes para sempre, o sempre que nunca vai existir - mas que por momentos passou-me mil vezes pela cabeça: quando sabias amar-me e quando eu tinha vontade de dizer tudo o que nunca ninguém te disse. Quando as vontades eram maiores que tudo, nada nos destruía. Arriscava-mos a porra do circulo onde estamos metidos, para fazer algo que nos apetecia. Com amor.
Já não me sinto tua, e tu já não és meu há muito tempo. Meu amor, que se lixe.
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